Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.
Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Oh da barca! Oh da barca!
DIABO: Quem está aí?
PARVO: É...
DIABO: Não te lembras do teu nome?
PARVO: Não, esqueci-me.
DIABO: Ah que idiota. Mas vamos ao que interessa: entra para a barca!
PARVO: Mas para onde vai essa barca?
DIABO: Para o inferno.
PARVO: Eu para aí não vou. Vou para a barca o anjo.
DIABO: Está bem. Então vai.
Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: Oh da barca! Oh da barca!
ANJO: Quem queres?
PARVO: Quero entrar para aí.
ANJO: Para aqui?
PARVO: Sim, para aí!
ANJO: Se tu o dizes é porque sim.
PARVO: Estou salvo! Estou salvo! Vou para o céu.
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